Galápagos - Viagem de Darwin
Também conhecido como Arquipélago de Colombo, é um conjunto formado por 13 ilhas maiores e 17 ilhotas, situadas no Oceano Pacífico a cerca de 800 Km da costa do Equador. Darwin encontrou uma fauna e uma flora altamente peculiares, que variavam ligeiramente de ilha para ilha.
Darwin chegou às ilhas Galápagos em 1835, quando tinha 26 anos, em uma expedição a bordo do navio "Beagle". Mas ele só se tornou verdadeiramente evolucionista vários meses após regressar de sua viagem, em cerca de 1837. Só então, pode compreender o significado evolutivo de suas observações em Galápagos e em outros locais ao rever suas anotações e submeter o material coletado na viagem a diversos especialistas, que em 1859 deu origem à célebre obra "Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural", que formula a teoria da evolução.
A pergunta que Darwin se fazia era: se os animais e plantas tinham sido criados tal e qual se apresentam hoje, por que razão espécies distintas, mas notadamente semelhantes, como as de pássaros e tartarugas de Galápagos, foram colocadas pelo criador e ilhas próximas, e não distribuídas homogeneamente pelo mundo? Era realmente surpreendente que ilhas de clima e condições físicas semelhantes, mas distantes uma das outras (como Galápagos e Cabo Verde, por exemplo) não tivessem espécies semelhantes.

Darwin acabou concluindo que a flora e a fauna de ilhas próximas são semelhantes porque se originam de ancestrais comuns, provenientes dos continentes próximos. Em cada uma das ilhas, as populações colonizadoras sofrem adaptações específicas, originando diferentes variedades de espécies. Por exemplo, as diversas espécies de pássaros fringilídeos de Galápagos provavelmente se originaram de uma única espécie ancestral oriunda do continente sul-americano. A diversificação da espécie original, que teria originado as diferentes espécies atuais, deu-se como resultado às diferentes ilhas do arquipélago.
Darwin viajou por muitos lugares do mundo, mas em Galápagos se deparou com uma situação única: as aves de todas as ilhas pareciam idênticas, mas logo se deu conta de que havia diferenças entre elas dependendo do local onde vivessem", explicou Matthias Wolff, diretor da Fundação Charles Darwin em Galápagos.
Origem das ilhas
Ecossistema

- Répteis do mar
As iguanas marinhas, que só existem em Galápagos, mergulham a 40 metros de profundidade e seguram a respiração por 20 minutos, à caça de algas, caranguejos e até filhotes de leão-marinho
-Um mundo feito de bichos desgarrados

Depois que o choque das placas tectônicas levantou as primeiras ilhas, elas começaram a receber migrantes vindos do continente americano. Os pássaros, os insetos e as sementes das plantas devem ter sido arrastados pelo vento. Já os iguanas e as tartarugas podem ter sido transportados por correntes marinhas, flutuando em troncos perdidos. Apanhados de surpresa pela cheia de um rio, teriam terminado no mar. Aí, uma vez nas ilhas, essa fauna perdida se readaptou com rapidez. Alguns biólogos estimam que os pássaros chamados tentilhões de Darwin evoluíram em apenas 100 000 anos. É uma mudança bem rápida, em termos evolutivos. Ainda mais porque, a partir de um único ancestral vindo do continente, surgiram nada menos que treze espécies novas. E algumas metamorfoses foram radicais, como a dos iguanas. Uma das espécies das Galápagos é hoje a única do mundo capaz de procurar comida no mar, em mergulhos de até 40 metros de profundidade. Gostaram tanto do novo estilo de sobrevivência que sua população atual está estimada em 200 000 a 300 000 répteis.
-Pescadoras exclusivas

As garças-azuis são parentes próximas das que moram nas Américas do Norte e do Sul. As migrantes originais geraram uma subespécie que só pesca nas ilhas.
-Predadores do ar

As corujas se deram bem nos hábitats oceânicos. Como não há grandes mamíferos com que concorrer na caça, essas caçadoras carnívoras dividem o posto de predadores máximos com os iguanas terrestres.

-No reino dos céus
Estas, sim, são aves raras. Espécies como a gaivota cola de golondrina (no detalhe) são exclusividade em Galápagos. Também é exclusivo o mergulhão, que faz um sapateado de casamento para atrair a fêmea.
-Artesão alado
Uma das treze espécies de tentilhões aprendeu a manipular espinhos de cactus com o bico. É como se o pássaro fizesse um instrumento, com o qual cutuca troncos podres e arranca larvas para comer.


-Ar quente e água fria
Até o pingüim se adaptou às condições climáticas, por causa das correntes frias que sobem da Antártida. A calandria mudou tanto em relação a seus parentes do continente que passou para outro gênero. Existem quatro espécies diferentes vivendo em ilhas distintas.

As correntes marítimas (Humboldt, Cromwell e Norte e Sul equatorianas) levam nutrientes para as ilhas de Galápagos, o que torna essas águas ricas em fitoplâncton, dando condições para que existam habitats diferenciados atraindo grande variedade de organismos vivos.
-Dos incas e piratas aos imigrantes
Não é possível ter certeza de quanto tempo as Galápagos evoluíram isoladas da intromissão humana. O registro histórico assinala que a primeira viagem às ilhas foi feita pelos espanhóis, no século XVI, sob a orientação do inca Tupac Yupanqui, avô do célebre Atahualpa Yupanqui, um grande líder desse povo, no Peru. O fato é que, nessa época e nos séculos seguintes, a região permaneceu deserta. No máximo, serviu como esconderijo de grandes piratas, no século XVII. E depois como posto de reabastecimento para caçadores de baleias (que, por sinal, capturaram um número incalculável de tartarugas para alimentar a tripulação). Ainda assim, a ocupação humana só começou para valer no início deste século. Daí para a frente, a presença humana tornou-se uma ameaça para as Galápagos, que já abrigam 15 000 habitantes. Tanto é assim que esse foi o ponto mais importante das leis aprovadas este ano: elas agora proíbem a migração, numa tentativa extrema de evitar o povoamento desordenado das ilhas. Os cientistas agradecem, pois ainda estão longe de aprender tudo o que a natureza tem para lhes ensinar em Galápagos.
Estação Científica Charles Darwin

Instalada na ilha de Santa Cruz, a Estação Científica Charles Darwin, fundada em 1959, trabalha para a conservação dos ecossistemas marinho e terrestre de Galápagos. Realizam pesquisas científicas, assessoram o Parque Nacional de Galápagos, ajudam na formulação de leis, políticas e planos para a conservação, atuam na educação ambiental com a participação da população local e dão apoio operacional aos cientistas que procuram o arquipélago.
Enquanto isso, as fragatas inflam um papo vermelho em demonstração de seus desejos, cormorões enroscam seus pescoços em carícias, outros trazem gravetos e pedrinhas, cantando a jogada, e as tartarugas vão direto ao assunto. Eles sobrevivem a tudo, poluição, El Niño, desmandos e, naturalmente, colocam em prática a conclusão de Darwin: "Os vigorosos, os saudáveis e os felizes, sobrevivem e se multiplicam".
Fontes:
Só biologia. Evolução. Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Evolucao/evolucao15.php . Acesso em 14/11/2018.
CCM. Disponível em: https://br.ccm.net/news/10163-ilhas-galapagos-o-laboratorio-natural-que-inspirou-charles-darwin . Acesso em 14/11/2018.
Travelpedia. Disponível em: https://travelpedia.com.br/arquipelago-de-galapagos-o-laboratorio-natural-de-charles-darwin/ . Acesso em 14/11/2018.
Super interessante. Disponível em:
https://super.abril.com.br/ideias/as-ilhas-de-darwin/ . Acesso em 14/11/2018 .
Feito por: Bianca Kaori Hng e Flávia Ribeiro de Abreu